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Sobre o desencarne dos Animais - Por Pai Damião

Ao falarmos sobre os animais, precisamos compreender a profundidade e a delicadeza de suas presenças em nossas vidas. Na Colônia Espiritual de Eudora, por exemplo, são eles — os animais — que acolhem os seres humanos desencarnados com ternura e espiritualidade diferenciada, confortando suas dores e suavizando suas transições. A doçura de um animal não se encerra com a morte física; ela transcende.

February 2, 2024

Ao falarmos sobre os animais, precisamos compreender a profundidade e a delicadeza de suas presenças em nossas vidas. Na Colônia Espiritual de Eudora, por exemplo, são eles — os animais — que acolhem os seres humanos desencarnados com ternura e espiritualidade diferenciada, confortando suas dores e suavizando suas transições. A doçura de um animal não se encerra com a morte física; ela transcende.

O laço entre um tutor e seu animal de estimação não se rompe de imediato com o desencarne. Esse vínculo perdura, em média, por noventa dias após a partida. Nesse período, é comum que o tutor continue sentindo a presença do animal em sua casa — ouvindo sons familiares, como um latido suave, ou percebendo o perfume da sua energia ainda presente no ambiente. Esse tempo é sagrado: é o período necessário para que os laços afetivos sejam suavemente desvinculados.

Durante esses três meses, o espírito do animal começa a se afastar gradualmente da jornada anterior, preparando-se para novas missões em Eudora. Lá, ele poderá assumir tarefas espirituais específicas, como atuar nas transmutações dos animais ou em ações de amparo a espíritos recém-chegados à colônia.

Recentemente, acompanhamos a elevação de um cão, cujo espírito, mais tarde, reencarnou como um felino — e depois, como uma ave. Isso mostra como a linha evolutiva dos animais é fluida e adaptável, e como eles podem reencarnar em formas distintas, sempre com o propósito de servir à vida e à harmonia do planeta.

Há também animais que escolhem reencarnar como vegetais, conectando-se profundamente com árvores e plantas, tornando-se parte viva da natureza como espíritos guardiões da Terra. Assim, a essência do animal que partiu pode continuar sua missão como uma flor que floresce à janela ou como uma árvore que protege sua casa com sombra e presença.

Se um animal compartilhou sua existência conosco, é reconfortante saber que ele retornará ao nosso convívio, de alguma forma. Pode não ser com a mesma forma física, mas sua essência encontrará um caminho para estar por perto — seja por meio de outro animal, de um aroma conhecido, de um comportamento familiar ou até de uma planta que, inexplicavelmente, nos transmite a mesma paz. Esses reencontros não são coincidência; são manifestações da espiritualidade agindo por afinidade e amor.

A afinidade entre humanos e animais é um elo profundo no campo integral da espiritualidade, que transcende o que nossos olhos podem ver. Ela se inscreve tanto no micro quanto no macrocampo espiritual, ligando corações e almas além do tempo e do espaço.

Portanto, ao enfrentarmos o luto pela perda de um animal querido, não nos desesperemos. Seu espírito encontrará o caminho de volta, à sua maneira. E quando menos esperarmos, sentiremos — de novo — aquela presença amiga e silenciosa, nos convidando à ternura, à lealdade e ao amor incondicional que só os animais sabem ensinar.

Que todos os animais sejam respeitados em suas missões naturais, e reconhecidos em sua grande importância espiritual. Que sejamos gratos por suas vidas, suas lições silenciosas, e pelos vínculos eternos que continuam a nos unir — mesmo depois da despedida.