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A Subida da Ladeira da Serra Redonda, Rumo ao Cruzeiro (Por Pai Damião)
Esta é a ladeira da peregrinação, do Sagrado Coração de Jesus e de São Benedito.
February 2, 2024
Esta é a ladeira da peregrinação, do Sagrado Coração de Jesus e de São Benedito. É uma ladeira da edificação da fé. Quem sobe a ladeira com as próprias pernas, com o próprio oxigênio, edifica sua fé. Pois aquele que sobe a ladeira de São Benedito e do Sagrado Coração de Jesus está se preparando para quaisquer dilemas, provações e desafios da vida encarnatória.
Aquele que desiste da ladeira do Sagrado Coração de Jesus é aquele que tende a desistir da própria vida diante da primeira dificuldade que aparece. Não se detenham nas pedras, mas sim no caminho e no objetivo a ser alcançado. O percurso pode ser revestido de pedregulhos, espinhos, plantas desafiadoras — mas a fé move a alma e concretiza uma edificação ainda maior: o fortalecimento da fé e da resignação.
Subir a ladeira do Sagrado Coração de Jesus é buscar a capela de São Benedito e de todos os seus legionários, habitantes ancestrais que ali se encontram. O espírito de Frei Carlos é o responsável pela ordem espiritual da capela, que acolhe a todos, sem distinção. Recepciona brancos, pretos, amarelos — povos de todas as origens deste planeta. Nativos e tantos outros que ali chegarem serão acolhidos. Trata-se de um centro de emissão e recepção energética.
O topo da Serra Redonda é o centro do Cinturão de Aton. Todas as montanhas ao redor fazem parte desse cinturão sagrado, que já na época pré-histórica, nos tempos da Pangeia, era palco de ritos destinados ao resgate de almas e à restauração da fé.
É por isso que Águas de Aruanda está assentada nessas terras, solidificando cada vez mais este centro de união e conexão com o divino. Quem sobe a ladeira de São Benedito e do Sagrado Coração de Jesus está se preparando para a vida — para esclarecer, transformar e transmutar todos os obstáculos em desafios. Não há problema sobre esta Terra que não possa ser resolvido, desde que seja encarado como um desafio; e todo desafio exige inteligência, obstinação, resiliência, paciência e observação, antes de qualquer ação. Depois, é necessário agir — executar tudo aquilo que precisa ser feito, com coragem e compromisso.
Em breve, este local será templo de romarias — romarias que devem ser feitas com as próprias pernas, independentemente da idade cronológica. Todos são capazes de subir, dentro do seu tempo, com sua liturgia interior e sob a misericórdia divina.
Se os pedregulhos estiverem difíceis, reze. Reze mentalmente. Peça que a tua fé te conduza.
Somente a fé eleva até Deus. Vivam essa subida como uma peregrinação para encontrar o Divino e todos os seus legionários. Não se mede esforços para chegar até Deus, pois Ele é a mais pura força do universo. E nenhuma força é suficiente para conter aquele que deseja alcançar a Deus de coração sincero.
Deus reside naquele lugar. E, como residente, impulsionará a todos por meio do fluxo perfeito do coração e da mente, orquestrados pela fé, até aquele recinto sagrado — revestido e protegido pelas asas cósmicas divinas, iluminado pelos cinco símbolos do Hospital de Xanadu: Alfa, Ômega, a Flor da Vida, a Cruz de Caravaca e a Flor de Lótus.
Não há mal que resista ao fluxo perfeito do bem, da paz e da iluminação celestial. Somente teme o mal aquele que ainda o alimenta dentro de si. Quem cultiva a fé e o bem no coração e no pensamento jamais temerá o mal, pois compreende que o mal é um filho revoltado do bem — um fractal energético que pode retornar à luz.
Não estou dizendo que não é necessário criar mecanismos para lidar com o mal. A primeira atitude é vigiar os pensamentos. Ninguém consegue controlá-los totalmente, mas é possível vigiar. Diante de pensamentos negativos ou de influências malignas, o caminho é luz, fé e estado de prece — reconhecendo que muitos mestres já passaram por estas terras e que a fé nos guiará na edificação do bem dentro de nós mesmos.
Aquele que alimenta o mal dentro de si enxergará o mal em todo o caminho e, assim, ampliará sua presença, tornando-se servo fiel das forças da escuridão. Mas aquele que enxerga o bem nos olhos de quem clama por socorro é capaz de acalmar a si mesmo — e também aos outros que cruzarem seu caminho.
Somente pode impor as mãos sobre a cabeça de alguém aquele que está em estado evolutivo e revestido do bem em grau superior ao mal que possa existir dentro de si. Assim, poderá exercer a caridade com consciência.
Dentro deste círculo de paz, amor e observação, o Santo Cruzeiro da Serra Redonda permanece erguido diante da cidade de Frei Paulo. E, como explica o espírito Frei Carlos, a cruz cravada no alto da serra se alinha perfeitamente à torre da igreja matriz abaixo — simbolizando a esperança de que o inconsciente coletivo desta cidade, marcada por racismo e exclusão, possa ser revestido de um novo sentido. Que se manifeste um novo inconsciente, onde todos os povos vivam em paz e harmonia, pois o sangue que corre nas veias do povo de Frei Paulo e das cidades vizinhas é um sangue miscigenado.
Renegar a própria origem é prejudicar a evolução da própria cidade. Por isso, convido todos a fazerem parte da edificação da fé e do hasteamento da bandeira do amor.
Como seria essa bandeira? Qual seria seu símbolo — além do coração? Uma bandeira branca. A bandeira da paz. Esta é a bandeira do amor. O branco representa a união de todas as cores existentes em todas as aquarelas. Hastear uma bandeira branca é afirmar que ali há amor, sem julgamentos, com acolhimento. É a Casa do Amor. Todos que desejam se transformar — não para agradar aos outros, mas por compreender que precisam disso para si — são bem-vindos. As portas estarão sempre abertas.
Como já disse: não temam o mal. O mal só prejudica aquele que o cultiva internamente. Criem ferramentas. Edifiquem a fé. Fortaleçam-se para os encontros inevitáveis com os mensageiros do desequilíbrio. Estejam firmes, conscientes e comprometidos com sua fé, para levar luz àqueles que clamam por socorro.
Assim seja.
Pai Damião
(Cruzeiro da Serra Redonda, Frei Paulo - SE)